Dos nove municípios que aderiram ao Projeto Resíduos Sólidos do Programa Grande Goiânia do Ministério Público de Goiás, Hidrolândia foi o que já apresentou os resultados do levantamento de produção de resíduos. O trabalho, coordenado pela assistente social Soraya Resende, foi desenvolvido exclusivamente por moradores da cidade que integram o grupo de trabalho do projeto e que tem à frente a promotora de Justiça Sandra Monteiro. O grupo contou também com o apoio dos mais de 30 agentes de saúde local para o levantamento junto aos comerciantes. O estudo abrange a produção de resíduos nos setores industrial e comercial, nas residências, e também nos ambientes escolares e da administração pública, bem como a destinação do lixo hospitalar e produtos como pilhas e pneus. A apresentação do levantamento foi feita na segunda-feira (22/10). Para Adriane Chagas, técnica da Caej, isso demostra que os municípios têm capacidade de realizá-lo, sem a necessidade de gastos de verbas públicas com consultorias. “Muitas vezes, essas empresas chegam aos municípios com tabelas pré-elaboradas, baseadas em índices às vezes defasados, e sem considerar as peculiaridades de cada uma das cidades”, observa. De posse desses dados, o grupo agora deverá construir um plano de trabalho para a implantação da coleta seletiva na cidade. Uns poucos empresários que deixaram de atender à equipe serão contatados pessoalmente pelo atual prefeito, José Lima Cruvinel, e também pelo integrante do GT e representante da empresa Marajora, João Ricardo, para a suplementação das informações. Esses dados, embora não impeçam a realização do cronograma de ações, serão importantes para uma segunda etapa, que é a de formalização de parcerias, seja para questões voltadas para a educação ambiental na cidade seja no apoio aos trabalhadores que atuarão organizadamente com a coleta. AterroUm dos importantes pilares da política municipal de resíduos sólidos, que é a construção do aterro, já vinha sendo trabalhado pela prefeitura de Hidrolândia, com o apoio da Secretaria das Cidades, e encontra-se em fase de finalização. A iniciativa, que conta com recursos da Funasa, prevê a entrega da estrutura, galpão, caminhão e trator para o transporte e compactação dos resíduos, bem como a elaboração de material didático sobre o tema.Ricardo Capelli e Rose Mary Costa, da Secretaria das Cidades, acompanharam os debates. CatadoresParalela à construção do aterro, outra importante providência que será retomada é a organização dos catadores para que o ciclo da coleta seletiva funcione. Para isso, a Universidade Federal de Goiás, parceira no projeto do MP, começou ainda nesta segunda-feira a delinear, conjuntamente com o GT, o aprofundamento de levantamento realizado pelo setor de assistência social do município. Os integrantes da Incubadora Social da UFG Alexsander Mendes de Araújo e Letícia Marcelina Loures explicaram em linhas gerais os objetivos do Projeto Catasol e permaneceram na cidade para as orientações e visita a campo. TransiçãoCom a eleição dos novos gestores municipais, um dos temas da pauta foi a manutenção do grupo de trabalho para que as ações tenham continuidade. Neste sentido, Maria José Soares, da Caej, tranquilizou os presentes, lembrando que uma carta de compromisso foi assinada pelos pré-candidatos, para não haver interrupção do programa no município e que tais compromissos serão cobrados pelo MP. Como a maior parte do grupo é de funcionários efetivos do quadro municipal, não haverá desestruturação, avalia Adriane Chagas, solicitando ao grupo que não antecipe problemas ainda inexistentes. A coordenadora do projeto Resíduos Sólidos do Programa Grande Goiânia, Suelena Carneiro Jayme, parabenizou o município pelo pioneirismo no levantamento, destacando a importância das iniciativas do atual gestor, mas também confiante na parceria com a próxima administração, ainda mais porque a implementação das políticas públicas para a área é uma exigência legal a ser cumprida por todos municípios do País, inclusive com prazos estabelecidos. (Texto: Cristiani Honório / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO) Postado por Marília Assunção
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