MPRJ obtém condenação do quinto acusado da morte de Patrícia Acioli
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve, na noite de terça-feira (16/04), a condenação do cabo do 7º BPM (São Gonçalo) Carlos Adílio Maciel Santos, quinto acusado de envolvimento na morte da Juíza Patrícia Acioli. O 3º Tribunal do Júri de Niterói condenou o cabo a 15 anos por participação no homicídio triplamente qualificado e a quatro anos e seis meses por formação de quadrilha armada, totalizando uma pena de 19 anos e seis meses de reclusão.
O cabo Adílio também perdeu o cargo na corporação e foi condenado a pagar 50 salários mínimos.
Patrícia Acioli era Juíza titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, na Região Metrpolitana, e foi morta com 21 tiros, no dia 11 de agosto de 2011, na porta de sua casa, em Niterói, também no Grande Rio. No dia 10 de outubro do mesmo ano, o MPRJ denunciou os 11 acusados pela morte da magistrada.
A decisão foi proferida pelo Juiz Peterson Simão. Os Promotores de Justiça Cláucio Cardoso da Conceição (Coordenador da Central de Inquéritos de Niterói) e Daniel Faria Braz (2ª Vara Criminal) auxiliaram na acusação.
“Para o Ministério Público, já estava efetivamente comprovado o auxílio material e moral do réu na morte de Patrícia. A denúncia da Promotoria foi novamente reconhecida pelo Júri e o réu foi condenado pelos crimes que cometeu”, declarou Leandro Navega, Promotor de Justiça Junto à 3ª Vara Criminal de Niterói.
Para o Promotor, o ponto alto do julgamento aconteceu quando a irmã do réu, Gláucia Maciel Santos, afirmou em seu depoimento que, durante uma conversa telefônica com o ex-marido, ela se referia a material de limpeza, quando na verdade o assunto era sobre armas e munições.
A ligação aconteceu depois de uma incursão policial na casa de Adílio, que fica no mesmo quintal onde moram a mãe e a irmã do réu. Após a declaração, o Promotor exibiu o áudio no qual Gláucia perguntava sobre as armas e munições e o homem respondia que havia retirado tudo da casa.
De acordo com Leandro Navega, a declaração de Gláucia comprova a participação de Adílio Maciel no crime à medida em que mostra que ele forneceu recursos para a emboscada: “O MP já tinha um conjunto probatório imenso de provas contra o réu, mas a prova que acabou de ser produzida aqui é muito mais simples. Nenhum cidadão conseguiria acreditar que a irmã do réu estava se referindo a material de limpeza e não ao espólio de guerra de Carlos Adílio”, disse o Promotor de Justiça.
Contra o cabo Adílio há oito processos em curso, um deles com condenação. O outro, por desvio de munições do 7º BPM, tramita na Auditoria de Justiça Militar.