BELÉM: Promotoria faz aditamento à denúncia no caso da refém morta após perseguição policial
O Ministério Público do Estado do Pará, representado pelo 13º promotor de Justiça Criminal Comum de Belém, Cézar Augusto dos Santos Motta, ofereceu ontem, 9, aditamento à denúncia contra José Roberto Costa Mourão (“Beto” ou “Costelinha”), Pedro Paulo Miranda Santana (“Tatá”), Yuri dos Santos Manito (“Lepo”) e Valdecir Castro Araújo (“Didi”), pela morte de Dayse do Socorro de Almeida e Cunha, em abril do presente ano. Foram acrescentados fatos criminosos não narrados na inicial acusatória e corrigida a classificação jurídica dada aos acontecimentos. A denúncia foi recebida pela Justiça no dia 27 de maio.
O crime
No dia 29 de abril de 2015, por volta das 22h, na travessa Humaitá, José Roberto, Pedro Santana, Yuri Manito e Valdecir Araújo, abordaram o veículo onde estava Dayse Cunha, e a conduziram a um caixa eletrônico, no intuito de sacarem dinheiro da conta corrente da vítima, mas não conseguiram efetivar o intento, porque o banco estava fechado. Decidiram então procurar outras máquinas eletrônicas para finalizar a ação criminosa. Durante esse percurso pararam o veiculo, e sob ameaça com arma de fogo, fizeram mais três vitimas que estavam próximas a um carro de lanches e roubaram seus pertences.
Uma das vítimas que lanchava acionou uma viatura policial que chamou reforço e inicio-se uma perseguição policial, com troca de tiros, o que veio a ocasionar a morte de Dayse Cunha, que ainda estava dentro do veículo quando foi alvejada.
Durante a perseguição, já em outro local, os denunciados abandonaram o veiculo em que estavam, o que resultou na prisão em flagrante de José Mourão, vulgo “Beto”, que foi imediatamente reconhecido pelas vitimas assaltadas no carro de lanches, que foi abordado minutos antes por Mourão.
Em posse de “Beto” foi encontrado um revólver calibre 38, com capacidade para seis munições, onde três foram deflagradas. Já na delegacia, confessou o crime, delatando os comparsas, que posteriormente foram identificados e presos. Todos admitiram participação nos crimes.
As investigações apuraram que seis meses antes dessa noite que culminou na morte da refém, acordo com relatos, os acusados já vinham praticando assaltos no mesmo local onde ocorreu o crime.
Com o aditamento os quatro acusados responderão pelos crimes de associação criminosa armada e extorsão qualificada pela morte da vítima, pelo crime cometido contra a vítima Dayse Cunha, e também por roubo circunstanciado pelo emprego de arma praticado em concurso de pessoas, por três vezes, em razão dos crimes cometidos contra as vítimas que estavam no carro de lanches. Além disso, por terem trocado tiros com a polícia, foram denunciados por resistência qualificada, todos do Código Penal brasileiro.
Texto: Ana Paula Lins (graduanda do curso de jornalismo)
Revisão: Edyr Falcão