BELÉM: MP recebe comissão de mães e advogados que tratam de crimes contra adolescentes em Icoaraci
O procurador-geral de Justiça Marcos Antonio Ferreira das Neves recebeu nesta quinta (22) juntamente com o promotor de Justiça José Rui Barboza do Tribunal do Júri do MP, comissão de mães dos adolescentes que foram assassinados por policiais militares em 2011, na tragédia que ficou conhecida como a chacina de Icoaraci, quando seis adolescentes foram executados a tiros na RuaPadre Júlio Maria, no bairro Ponta Grossa, no distrito de Icoaraci, localizado a 20 quilômetros da capital Belém.
O Ministério Público estadual acompanhou todas as investigações desde o início, propondo, logo em seguida, a ação penal por crime de homicídio triplamente qualificado.
O promotor de Justiça Rui Barboza fez um breve relato da questão processual às mães e aos advogados do Cedeca-Emaús e SDDH.
Tranquilizou as mães declarando que o MP está atento e que há previsão de que o Júri ocorra ainda na segunda quinzena de agosto, deste ano.
“Essa é uma previsão – enfatizou diante do que conversei com a juíza Angela Tuma da 3ª Vara penal de Belém, para onde o processo foi desaforado” explicou o promotor.
As mães Maria de Lourdes Ferreira, Ana Lúcia Martins Viana e Erineida Rodrigues Gonçalves vieram acompanhadas do advogado Tiago Lopes Pereira do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente – (Cedeca- Emaús); a advogada Ellen Holanda, também do Cedeca-Emaús e, Raony Barbosa Pinheiro, este da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).
Essa tragédia ganhou as páginas dos noticiários nacionais como mais um bárbaro crime ocorrido no Estado do Pará, no qual os policiais militares, Rosevan Moraes de Almeida e Antônio Luiz Benardino da Costa, são apontados como os executores.
A linha de atuação do Ministério Público do Pará será de convencimento junto ao Poder Judiciário, através de provas carreadas aos autos, da participação dos réus na elaboração e execução do hediondo crime, utilizando-se de depoimentos de testemunhas oculares, laudos periciais das armas apreendidas e os laudos de necropsia das vítimas, objetivando a pronúncia dos acusados, a fim de leva-los a julgamento, ainda esse ano.
Texto: Edson Gillet
Fotos: Fernanda Palheta (graduanda em jornalismo)