BELÉM: Ministério Público atende 310 cartas da campanha “Papai Noel dos Correios”
A campanha “Papai Noel dos Correios” teve autorização da administração superior e contou com o apoio do procurador geral de Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves e dos subprocuradores gerais
Miguel Ribeiro Baía e Jorge Rocha
Entre as correrias nas lojas do Comércio atrás de enfeites natalinos e as roupas brancas para adiantar as compras do ano novo, a expectativa maior gira em torno de um característico bom velhinho, de roupas vermelhas, sorriso benévolo conhecido por descer a chaminé da sua casa na calada da noite do dia 25 de dezembro, só para te deixar um presentinho amontoado entre tantos outros perto da sua árvore de natal.
E há 13 dias desse importante evento, é notável o frisson entre crianças de todas as idades, carregando lápis e canetas coloridas em mãos e munidas de uma folha tímida, amassada com a missão de contar a melhor história que o Papai Noel poderia imaginar.
Uma boneca da Barbie, um patins, patinete ou uma bicicleta e até bolsa de estudos! São alguns dos pedidos recebidos nas cartinhas da campanha “Papai Noel dos Correios” – que atende pedidos de estudantes de escolas da rede pública até o 5º ano do ensino fundamental, além de instituições parceiras como creches, abrigos, orfanatos e núcleos socioeducativos e pelas cartas feitas diretamente aos Correios.
Nesse ano, a campanha fez 25 anos e entre o sonho e a realidade o Ministério Público aderiu ao projeto, recolhendo 310 cartas entre as milhares disponibilizadas pelos Correios. Membros, servidores e estagiários tiveram a oportunidade de adotar as cartas no período de 28 de novembro a 5 de dezembro. A entrega dos presentes foi realizada nos dias 9 e 10 de dezembro e o Hall de entrada do prédio do MP nunca esteve tão colorido com tantos pacotes.
A iniciativa do Ministério Público também possibilitou que outras pessoas se interessassem em participar do evento por fora, como é o caso do Amilton Pinheiro de Oliveira, 48. Servidor há 19 anos, teve o primeiro contato através da divulgação feita pelo Departamento de Recursos Humanos (DRH).
Quando a notícia chegou na Instituição, ele fez a adoção de duas cartinhas, mas seu interesse no trabalho foi tão grande que foi aos Correios saber do procedimento, quando soube que todos poderiam participar. Conversou com a sua família e, após interesse de suas duas filhas (uma de 11 e outra de 16 anos), decidiu adotar mais cinco cartinhas: três entre a família e duas com os colegas de trabalho.
A diretora do Departamento de Recursos Humanos, Christina Lemos, garante que todas as cartinhas foram atendidas e hoje, 12, foi o dia da entrega dos presentes aos Correios, endereçados para seus respectivos donos, cuja única certeza é que sua cartinha foi enviada com sucesso.
Christina conta que a iniciativa se deu de forma tímida. “A princípio não tínhamos conhecimento da possibilidade de uma Instituição poder participar da campanha. Nós procuramos os Correios e trouxemos de lá 100 cartas, mas como a procura foi muito grande foi necessário trazer bem mais que, ao todo, fecharam em 310”.
Questionada sobre a possibilidade de o órgão manter o projeto para os próximos anos, a diretora do DRH Christina Lemos conta que ter presenciado muitas pessoas adotando uma cartinha foi realmente motivador.
“Considerando o sucesso do projeto com a forte adesão e o envolvimento das pessoas, a satisfação e a emoção demonstrada por cada um, ao ler e adotar uma carta, trabalharemos para tornar um projeto permanente desta Instituição”.
Padrinhos do Ano
Celeste Vidigal é coordenadora da campanha “Papai Noel dos Correios” há 8 anos. Cercada pelos sonhos de crianças materializados na pequena sala reservada pelos Correios, é com um sorriso no rosto que nos conta o quanto está cansada, mas muito satisfeita e realizada com o resultado de mais uma campanha concluída.
“Estou esgotada, mas realizada. É muito legal esse contato com as pessoas, essa coisa de doar. Nem conhece a pessoa e doa. E o carinho com que as pessoas embrulham os presentes e vem pra cá. E quando elas olham esse montão de presentes elas ficam muito emocionadas e isso acaba emocionando a gente também”.
Logo, logo ela faz uma década de envolvimento no projeto. E há tanto tempo imersa e rodeada por pedidos, ainda foi possível lembrar de dois casos que a emocionaram bastante. “Algumas cartas me emocionaram muito, como uma que chegou em braile. Tem uns quatro ou cinco anos. A mãe teve a ideia de fazer a tradução. Nessa, o garoto pediu uma máquina de braile. No dia em que saiu na imprensa, um empresário ligou pra lá e adotou a carta”.
Outro caso, conta a coordenadora entusiasmada, foi de um garotinho que queria conhecer o interior do Corpo de Bombeiros… E uma bicicleta, claro!
“Essa foi ano retrasado. Um garotinho que queria conhecer o Corpo de Bombeiros. Ele colocou assim ‘Conhecer por dentro o corpo de bombeiros porque é meu sonho ser um bombeiro’ e ele queria uma bicicleta também. Aí eu liguei lá pro Corpo de Bombeiros, comunicando que tinha uma criança que queria conhecer o local e tentamos agendar uma visita”.
Ao final de tudo, conta ela, “o garoto recebeu um uniforme completo de Bombeiros, comandou a tropa, recebeu treinamento para situações de incêndio, andou no carro de bombeiros com a sirene ligada, ganhou uma vaga para estudar na escolinha preparatória e ainda ganhou a bicicleta!” e conclui, “foi muito lindo. Acho que foi uma das coisas mais legais que nós já fizemos”.
São casos como esses que impulsionam a equipe dos Correios e também as instituições que acabam por se envolver, ação essa muito valiosa para a equipe. E para uma primeira tentativa, o Ministério Público do Estado do Pará saiu com o pé direito. Fomos os padrinhos do ano!
“De todas as instituições que já trabalharam na Campanha, é a primeira vez que uma Instituição pega 300 cartas e traz até mais do que pegou. Nós só temos a agradecer e esperar que isso sirva de exemplo para outras Instituições, para que elas também façam isso”.
Cada ano é uma realização do ponto de vista da coordenadora da campanha, Celeste Vidigal, assim como é para a diretora do DRH, Christina Lemos. E as duas tem a mesma vontade: tornar os sonhos das crianças cada vez mais reais.
Celeste nos adiantou, “ano que vem a gente vai aumentar o número de escolas, consequentemente o número de crianças, então cada vez mais esperamos que a sociedade se mobilize e que façamos uma coisa tão bacana como temos feito até agora”.
Texto e fotos: Fernanda Palheta (graduanda em jornalismo)
Revisão: Edyr Falcão
Assessoria de Imprensa