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Milícia: denúncia do MP contra 26 criminosos deflagra operação policial

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da 1ª Central de Inquéritos, ofereceu denúncia, com pedido de prisão preventiva e de expedição de mandados de busca e apreensão, contra 26 milicianos do grupo conhecido como “Águia de Mirra”. A denúncia, acolhida pelo Juízo da 21ª Vara Criminal da Capital, culminou na operação realizada, hoje (20/05), pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO).
A Operação resultou na prisão de 11 milicianos, quatro deles, policiais militares. Todos foram denunciados pelo crime de quadrilha. A denúncia revela que o bando surgiu no “vácuo de poder” criado pelas operações “Leviatã I” e “Leviatã II”, que desestruturam a organização e prenderam seus principais líderes.
A milícia controlava morros, condomínios e favelas nos bairros de Anchieta e Guadalupe, impondo sua vontade à população de Gogó da Ema, Condomínio Nova Esperança, Comunidade do Himalaia, Paiol, Morro da Mina, Estica e Mangueirinha. Exercia, ainda, o controle armado dessas localidades, cobrando “taxa de segurança” de moradores e comerciantes. Além disso, oferecia serviço ilegal de “gatonet” e exercia o monopólio do comércio de gás, entre outras atividades ilegais.
“Os denunciados se organizaram em grupo paramilitar e atuam sempre de forma violenta, ameaçando e agredindo as pessoas da região onde atuam. Não bastasse tal fato, muitos deles fazem parte de organismos militares e se utilizam dos meios fornecidos pelo Estado para a prática de seus crimes. Tais circunstâncias demonstram o elevado grau de risco às testemunhas e suas famílias, caso os denunciados permaneçam em liberdade. Ademais, a não decretação da prisão destes criminosos afronta a Ordem Pública, uma vez que eles criam “pequenos estados paramilitares” dentro de nossa Cidade, substituindo o próprio Estado”, diz a denúncia.
Um dos líderes da milícia, Julio Cesar Fialho Alves (“Grande” ou “Jogador”), foi preso hoje. Também foram capturados os policiais militares Valtair Vieira Sampaio, Denílson Menezes da Silva (ambos apelidados de “Angolano”) e Sebastião da Silva Carvalho (“Tiãozinho”), além do ex-PM Evandro Dutra Ornelas. Eles defendiam os interesses da milícia junto a órgãos públicos e subornavam outros agentes públicos.
Também foram presos os denunciados Luiz Roberto Silva Rosa, Sérgio Henrique da Silva Carvalho (“Ganso”), Fábio Ribeiro Braga (“Fabinho Viado”), Anderson Pereira de Melo, (“Matador” ou “Anderson Bolinha”), Márcio Ribeiro de Farias (“Bolão”) e Ronaldo Julio Petersen de Freitas (“Cavalo”).
Estão foragidos os criminosos Eduardo Faria Ferreira (“Dudu”), Fábio Manuel (“Fabinho”), Edson da Silva Teixeira (“Bigode”), Paulo de Jesus Aguiar Júnior (“Piroca”), Claudio Márcio Alves Ferreira (“Claudinho Vigilante”), Lucinei Alves da Conceição (“Nino”), Igor Henrique de Souza Nascimento (“Porco”), Marcelo Bruno do Nascimento Santana (“Dentinho”), o bombeiro militar Luís Araújo Guimarães (“Luís Porquinho”) e os policiais militares Sandro Ricardo da Silva Carvalho (“Toy”), Sérgio Roberto Gurgel Machado (“Gurgel”) e Marivaldo Tomaz de Oliveira (“GPS”). Três dos denunciados, conforme apurado posteriormente, já tinham morrido.
Em entrevista coletiva realizada na sede da Secretaria de Segurança, presente o Promotor de Justiça Homero das Neves Freitas Filho, coordenador da 1ª Central de Inquéritos, o Secretário José Mariano Beltrame destacou o apoio do Ministério Público no combate às milícias. “O Ministério Público está muito presente ao nosso lado e tem sido um braço importantíssimo no desenvolvimento destas e de outras operações”, disse.
Participaram também da entrevista o chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski; e o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO), Cláudio Ferraz.

 

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