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SANTA CATARINA – Concórdia segue recomendação do MPSC e suspende o transporte coletivo municipal, proibido pelo Estado para prevenir a COVID-19

Conforme recomendado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foi suspenso o transporte coletivo urbano em Concórdia, permitido por decreto municipal mas proibido pelo Estado nas regiões de risco gravíssimo para a doença, como a do Alto Uruguai catarinense, da qual o município faz parte.

Já na manhã desta terça-feira (4/7), a empresa Hodierna Transportes, concessionária do transporte coletivo no município, suspendeu os serviços, em consonância com o que foi estabelecido pelo Decreto Estadual 762/2020, atendendo, assim, à recomendação da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Concórdia expedida na tarde de ontem.

Por telefone, a Administração Municipal informou ao Ministério Público que também atenderia à recomendação e anularia o Decreto Municipal n. 6.552/2020, que estabeleceu normas menos restritivas do que as estipuladas pelo Estado de Santa Catarina para a prevenção e controle da pandemia de covid-19.

Na recomendação, o Promotor de Justiça Marcos De Martino explicou que não se admite que os municípios estabeleçam regras de quarentena mais permissivas que aquelas já determinadas pela União e pelo Estado, pois seria incongruente que a política pública municipal de defesa da saúde, que considera o “interesse local”, seja mais flexível em relação aos critérios para a prevenção e o combate à disseminação da covid-19 adotados conforme o “interesse regional” (Estado) e o “interesse geral” (União).

Segundo o Promotor de Justiça, aos municípios compete apenas suplementar as diretrizes gerais traçadas pela União e pelos Estados, adequando-as ao interesse local. Elas podem, portanto, ser mais restritivas, mas nunca mais permissivas.

“O Ministério Público atuou com agilidade para que a Constituição Federal e o Decreto do Governo do Estado fossem cumpridos pelo Município de Concórdia e pela empresa de transportes. O compromisso do Ministério Público é com a preservação da vida e com a manutenção da economia de Concórdia, pois para a que a Capital do Trabalho esteja operante, é preciso, antes de mais nada, que esteja saudável.”, considera De Martino.

A recomendação do Ministério Público representa uma cientificação expressa e formal da necessidade de providências para resolver uma situação irregular ou prevenir uma irregularidade. O não atendimento pode resultar em medidas judiciais e extrajudiciais futuras.

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